sábado, 9 de junho de 2012

DESABAFO DE AMOR...

Bom, no dia 25 de setembro de 1988 eu nasci. Ali meu pai e minha mãe se encheram de alegria, em poder ter em suas mãos um fruto do amor deles. Aos 15 anos meu pai faleceu, de forma trágica e inesperada. Nesse momento tive que ser forte, tive que saber lhe dar com algo inenarrável, que chamamos de dor. Acredito que esse realmente não seja seu nome, não há palavras que expressem o que passei. Em toda minha vida fui muito, mas muito ligado a minha, era como uma só carne, um só corpo, uma só pessoa. Como para muitos minha mãe foi e ainda é meu chão, meu ar. E com 21 anos, ela me deixou, me deixou fisicamente. Fiquei pensativo essa semana porque soube que pessoas acharam que não vivi o luto, que não sofri. Amigo, ao perder minha mãe que era a única coisa de valor que eu tinha, tive que amadurecer de um dia pra o outro. Tive que deixar de ser menino pra ser homem e isso não é fácil. Sabe quem avisou a todos os amigos a morte dela? Foi eu. Sabe quem a preparou no caixão? Foi eu. Sabe quem abraçou o corpo de sua mãe fria e morta? Foi eu. Não abra a boca pra falar o que é sofrimento, o que é dor. Com isso não se brinca, sofri sim, senti dor sim, mas isso era e é meu. Mainha sempre me criou pra o mundo, sempre me criou me mostrando os dois lados da moeda, aprendi com ela a ter garra, a ter força. Ela me ensinou a olhar o que tu tinha de mais valor deitada em um caixão e sorrir, sabe por quê? A vida não acaba aqui, o tempo de cada um chega e o tempo dos meus pais chegou. Conheço minha mãe melhor que ninguém, e sei o que ela queria que eu fizesse. Fiquei com ela 27 dias no hospital, os últimos dias dela, e ali ela me ensinou coisas que não divido com ninguém. Mas, me ensinou a ser feliz mesmo que as circunstâncias digam o contrario. Me ensinou a ligar o som, cantar, dançar, mesmo com as lágrimas descendo ao saber que a dois, três dias atrás ela já tinha sido sepultada. Amigo, não julgue o que não sabe. Pois, palavras são mais que um meio de comunicação. Palavras são sementes de vida e morte.


DO FACEBOOK DE  Dayvison Amaral 
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