quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

CRITICANDO...



 Saudades daqueles momentos em que nada mais importava além do estar.

O “estar” é na verdade uma situação que demonstra o egocentrismo total e parte da mediocridade velada do autor. Para ele não importava “nada mais além do estar”, pois ali se amenizavam suas dores, seus medos, suas angústias...

Momentos que nunca se apagam da memória, vividos intensamente e sem medo. Nada além da saudade resta - me agora, acompanhado das memórias boas...

A saudade funciona aqui, como uma espécie de bálsamo contra os momentos de tédio que drasticamente afetam a vida do autor...


As brincadeiras engraçadas, aquela mordida gostosa em meu ombro dormente. As duas bocas me mordiam e eu ali sem ação segurando em meu outro ombro um corpo que tropeçava sem direção.

Há sinais claros que o autor tem certa afeição pelo que é dolorido. Revela um sadismo escondido nas entranhas de seus desejos mais ocultos...

Saudade mesmo daquela que aperta o coração.

Tenho a impressão de ser mentirosa tal afirmativa. Sei, por experiência vasta, própria e real, que saudade que “aperta o coração” dá um jeitinho de mobilizar o resto do corpo a ter uma atitude de rompimento de barreiras. Alegoricamente digo que a ‘verdadeira saudade é suicida’. Ao ‘sentir-se sentida’, ela movimenta cada músculo do corpo do saudoso, para que a mesma seja morta, sem dó nem piedade.

Saudade que a gente pede pra voltar, saudade essa que mantém viva as lembranças boas daquelas noites, daqueles momentos... em que nada mais importava. Além do estar.

Se realmente sentisse saudades, o autor não demoraria tanto para ligar, mandar mensagem por redes sociais e/ou aplicativos de mensagens instantâneas. São tantas as tecnologias disponíveis. E nada como um bom par de pernas, saudáveis e andáveis para dirigir-se em carne, osso e saudade – até o ser do qual nosso coração sente falta!

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