Saudades
daqueles momentos em que nada mais importava além do estar.
O “estar” é na verdade
uma situação que demonstra o egocentrismo total e parte da mediocridade velada
do autor. Para ele não importava “nada mais além do estar”, pois ali se
amenizavam suas dores, seus medos, suas angústias...
Momentos
que nunca se apagam da memória, vividos intensamente e sem medo. Nada além da
saudade resta - me agora, acompanhado das memórias boas...
A saudade funciona
aqui, como uma espécie de bálsamo contra os momentos de tédio que drasticamente
afetam a vida do autor...
As
brincadeiras engraçadas, aquela mordida gostosa em meu ombro dormente. As duas
bocas me mordiam e eu ali sem ação segurando em meu outro ombro um corpo que
tropeçava sem direção.
Há sinais claros que o
autor tem certa afeição pelo que é dolorido. Revela um sadismo escondido nas
entranhas de seus desejos mais ocultos...
Saudade
mesmo daquela que aperta o coração.
Tenho a impressão de
ser mentirosa tal afirmativa. Sei, por experiência vasta, própria e real, que
saudade que “aperta o coração” dá um jeitinho de mobilizar o resto do corpo a
ter uma atitude de rompimento de barreiras. Alegoricamente digo que a
‘verdadeira saudade é suicida’. Ao ‘sentir-se sentida’, ela movimenta cada
músculo do corpo do saudoso, para que a mesma seja morta, sem dó nem piedade.
Saudade que
a gente pede pra voltar, saudade essa que mantém viva as lembranças boas
daquelas noites, daqueles momentos... em que nada mais importava. Além do
estar.
Se realmente sentisse
saudades, o autor não demoraria tanto para ligar, mandar mensagem por redes
sociais e/ou aplicativos de mensagens instantâneas. São tantas as tecnologias
disponíveis. E nada como um bom par de pernas, saudáveis e andáveis para
dirigir-se em carne, osso e saudade – até o ser do qual nosso coração sente
falta!
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