terça-feira, 26 de março de 2019

ESTADO, IGREJA, SOCIEDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS


Por Eduardo Melo*


A política é o norte para a vivência comunitária pacífica. Política é, na verdade, o mesmo que cidadania. Já as políticas públicas são ramificações da política.

Antes de abordar Políticas Públicas é bom reforçar aquilo que já foi dito pelo Papa Paulo VI, atualizado pelo Papa Francisco e que está bem expresso na Doutrina Social da Igreja: “a política é a melhor forma de fazer caridade”. Pois é somente através da política que se universalizam os bens, os serviços e que se promove a equidade. Por isso, das nossas decisões políticas depende o futuro de milhões de pessoas que terão acesso ou não à condições dignas de vida (IHU-UNISINOS, 2019, s/p).

Em 2019, a Campanha da Fraternidade (CF) da Igreja no Brasil vai dedicar-se a pensar sobre o tema das políticas públicas. Tendo como tema FRATERNIDADE E POLÍTICAS PÚBLICAS e o como lema: “Serás libertado pelo direito e pela justiça” (cf. Is 1, 27). Com ela a Igreja deseja: “estimular a participação em políticas públicas, à luz da Palavra de Deus e da Doutrina Social da Igreja para fortalecer a cidadania e o bem comum, sinais da fraternidade” (CNBB, 2019, s/p).
As políticas públicas são ações do Estado que servem garantir e promover os direitos sociais (assegurados na Constituição), em vista da dignidade da pessoa humana. Com isso, atende-se o desejo de Jesus – que todos vivam em abundância – cf. Jo 10,10.  Para executar tais políticas, os governantes podem firmar parcerias com instituições e com o setor privado, no intuito de oferecer serviços de saúde, educação, transporte, etc.

Políticas públicas voltam-se para a promoção do bem comum, em favor de todos os membros da sociedade, sem distinção [...]. Por meio de políticas públicas sábias e bem conduzidas se promoverão a equidade social e econômica e as condições para que os mais pobres superem sua vulnerabilidade social e econômica. A promoção de políticas públicas é da responsabilidade dos governos, em todos os níveis. Mas seria um erro pensar que isso depende apenas dos governos, como pode acontecer em sociedades pouco democráticas e com poderes muito centralizados. Também a sociedade civil organizada precisa participar da elaboração e implementação de políticas públicas (SCHERER, 2019, s/p).

Existem políticas públicas redistributivas (redistribuição das riquezas do país entre os cidadãos de modo justo); as políticas distributivas (para atender as necessidades urgentes dos indivíduos por meio de benefícios emergenciais, e temporários) e as políticas públicas regulatórias (criam regras/leis para a aplicação das ações estatais).

Portanto, os governos (seja na esfera Federal, Estadual ou Municipal) devem executar, prioritariamente, políticas públicas que atendam as demandas da população.


REFERÊNCIAS

CNBB. Conferência Nacional dos Bispos no Brasil. CF 2019: Junto a diversos grupos Igreja trilha o itinerário das Políticas Públicas no Brasil. 08 de março de 2019. Disponível em <http://www.cnbb.org.br/cf-2019-o-itinerario-das-politicas-publicas-no-brasil/>. Acesso em 26.03.2019.

IHU-UNISINOS. Fraternidade e Políticas Públicas. Disponível em <http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/583970-fraternidade-e-politicas-publicas>. Acesso em 26.03.2019.

SCHERER, Dom Odilo P. Políticas públicas e fraternidade. 09 de fevereiro de 2019. Disponível em <https://opiniao.estadao.com.br/noticias/espaco-aberto,politicas-publicas-e-fraternidade,70002714004>. Acesso em 26.03.2019.

*Graduando em História pela UFS. Bacharel em Serviço Social pela UNIT. Especialista em Docência do Ensino Superior pela UNIASSELVI. Especialista em Gestão de Cidades e Políticas Públicas pela FERA. Servidor Público Municipal. Facilitador do Núcleo de Práticas Restaurativas da Comarca de Canindé de São Francisco/SE. Presidente do Conselho Municipal da Mulher. Membro do CMDCA. E-mail: eduardomelo.ser@hotmail.com.

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