quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

ESPALHAR A PAZ PELO MUNDO



Por Eduardo Melo
Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz
Onde houver ódio, que eu leve o amor
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão
Onde houver a discórdia, que eu leve a união
Onde houver dúvida, que eu leve a fé
Onde houver erro, que eu leve a verdade
Onde houver desespero que eu leve a esperança
Onde houver a tristeza, que eu leve alegria
Onde houver trevas, que eu leve a luz
(...)
ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

Iniciemos nossa reflexão pensando em quantas vezes, após uma ofensa recebida, tivemos a delicadeza e humildade de nos dirigirmos ao ofensor propondo-lhe um diálogo aberto e sincero.
Raras vezes nos dispomos a conversar com quem nos magoou e/ou ofendeu gravemente; preferimos o silêncio cumulativo e nefasto à alma (guardamos ressentimentos, mágoas e, numa linguagem mais teen: alimentamos o ranço), fechando-nos em nós mesmos. Dessa forma impedimos a ação do Espírito de Deus que chama à fraternidade e à paz. Alerta-nos São Paulo: "não fiqueis devendo nada a ninguém, a não ser o amor mútuo... O amor não faz nenhum mal contra o próximo" (Cf. Rm 13, 8.10).
Por vezes, fazendo-nos de “única vítima da história”, compartilhamos aos quatro cantos do mundo que fomos duramente ofendidos pelo irmão, quase sempre, numa atitude macabra de rebaixar a figura do outro perante a comunidade, julgando-o e expondo-o! Lembremo-nos que, “a comunidade é o nosso lar de cristãos, lugar onde aprendemos a seguir o Mestre, onde superamos os erros, corrigindo os irmãos e nos deixando corrigir também” (BAZAGLIA, 2014, p.04).
Jesus nos propõe um caminho distinto do adotado costumeiramente. Ele nos desafia a conquistar o irmão, corrigindo-o de maneira fraterna (Cf. Mt 18,15a). Devemos ouvir quem nos ofendeu e expor nossa ideia a ele. O Mestre nos aponta o caminho do diálogo como alternativa eficaz na cura de relações rompidas. Por isso, nos aconselha o apóstolo dos gentios: “viveis em harmonia, procurando a unidade” (Cf. Fl 2,2).  
Para servir a Deus não bastam apenas palavras, mas ações (gestos concretos). Não é somente dizer “Senhor, Senhor” (Cf. Mt 7,21) , mas colocar a vontade de Dele acima das nossas vontades. Tem que cumprir a palavra do Senhor. Tem que amar os irmãos e as irmãs de modo real.
A palavra sincera e a ação caritativa podem transformar a sociedade atual. E todos nós somos convidados a trabalhar na messe do Senhor.  Temos que ter coragem de colocar a mão no arado e não olhar para trás. Dispor-nos a servir no projeto de amor do Pai para a humanidade. Arregaçar as mangas e construir um mundo melhor: justo, fraterno e solidário.
No coração do Altíssimo, existe lugar para todos, em especial para os que foram abandonados, excluídos e descartados pela sociedade. O Pai do Céu espera dos cristãos que não evitem ou desprezem os esquecidos do mundo. O livro dos Atos dos Apóstolos nos alerta que Deus é conosco, “não está longe de cada um de nós, pois nele vivemos, nos movemos e somos, [...] TAMBÉM NÓS SOMOS A SUA LINHAGEM” (Cf. At. 17, 22-25. 27-29).
A verdadeira religião não se limita à prática ritual, mas ultrapassa as barreiras impostas pelo medo e pelo preconceito, para promover a fraternidade. Cabe aos que tem fé em Jesus serem mais ternos e exalarem compaixão pelos que sofrem os dissabores da ausência do Reino.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAZAGLIA, Pe. Paulo. O DOMINGO: Semanário Litúrgico-Catequético. Ano A (Verde). Ano LXXXII. Remessa XII. Nº 42. 07/09/2014. Editora Paulus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe um comentário...

Flickr