segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O laicato na igreja: Um gigante adormecido e domesticado (1)

O Concílio Vaticano II, ao lembrar que pelo Batismo começamos a ser cristãos, reafirmou a “base laical” da Igreja. Todos os ministérios, inclusive os ordenados, brotam do Batismo. Existe um único gênero de cristãos, os batizados. Todos na Igreja, portanto, são ou foram leigos ou leigas. Os que não são leigos, como os ministros ordenados e os integrantes da vida consagrada, são uma ínfima minoria em comparação com o gigantesco número de leigos na Igreja. No Brasil, há em média um padre para 12 mil leigos. Entre as Igrejas evangélicas, há um pastor para 100 fiéis. 


A Igreja católica, nas últimas décadas, perdeu muita gente das periferias e dos setores mais populares, lá aonde as Comunidades Eclesiais de Base estavam muito mais presentes do que hoje. Os padres também já gostaram mais de trabalhar entre os mais pobres. Igualmente tem diminuído a participação na Igreja dos que têm melhorado de vida, agora mais ciosos do tempo livre e amantes do lazer, levando a uma “crise do compromisso comunitário”, como frisou o Papa Francisco na Evangelii Gaudium. Mas, graças a Deus e à generosidade de tantos, há bastante gente engajada nas comunidades eclesiais, participando das liturgias, assumindo serviços de pastoral ou estudando em escolas de formação. No santo Povo de Deus, há muita gente santa. O laicato é a maior riqueza da Igreja, com um potencial evangelizador imensurável, mas ainda não suficientemente valorizado e reconhecido.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe um comentário...

Flickr